O Grupo Ruaké (Grupo de Pesquisa em Educação em Ciências, Matemáticas e Inclusão) realizou, na quarta-feira, 13 de setembro, no Instituto de Educação Matemática e Científica (IEMCI), uma programação que apresentou e discutiu abordagens de pesquisa nas áreas de Educação em Ciências e Educação Matemática sob perspectiva da inclusão. O evento contou com mesas redondas e um exame de qualificação de doutorado.
Marcos Evandro Moraes, egresso do curso de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemáticas (PPGECM) e membro do Grupo desde a sua criação em 2013, afirma que o Ruaké ultrapassou a própria proposta nesse percurso trabalhando a Educação Inclusiva com foco nas questões sensoriais, mas também abordou outras vertentes, como o Transtorno Espectro do Autista e Altas Habilidades, concluindo que, por esse motivo, o evento também se consolida como uma grande homenagem. “O evento se propôs a isso, resgatar a história e homenagear os seus fundadores, como o professor Sales, que continua na vanguarda e conta com novas pessoas, chegando a novas gerações do Ruaké”, afirma Marcos.
Como é ressaltado pelo Prof. Dr. Elielson Ribeiro de Sales, líder do grupo, a produção do Ruaké é intrínseca ao desenvolvimento das teses e dissertações, bem como na publicação de artigos e livros, o que justifica a importância da participação dos discentes e egressos nessa trajetória que alcança uma década. “O Ruaké se organiza a partir da produção e socialização do conhecimento sobre o ensino e a aprendizagem de Ciências e Matemáticas na perspectiva das diferenças, para acompanhar e refletir processos de escolarização, discutindo a adequação das práticas, políticas educacionais e desempenho acadêmico”, complementa o coordenador.
Nesta perspectiva, Mônica Carvalho, doutoranda no PPGECM e membro do Ruaké, teve seu Exame de Qualificação como atividade integrante da comemoração do grupo. Apresentando a sua pesquisa “Saberes matemáticos no encontro entre diferentes e em contexto ribeirinhos”, a discente focaliza os saberes de jovens com inteligência divergente da comunidade Santa Maria do Maracapucu, uma ilha na cidade de Abaetetuba-PA. Para ela, “é muito gratificante poder realizar a pesquisa junto a um grupo comprometido em discutir a Educação Matemática inclusiva na Amazônia paraense”.
Durante uma década, o Ruaké tem trabalhado por meio de seus membros a diversidade, como reconhece seus membros fundadores e atuais, que é o caso da Clarissa Ataide, mestranda do PPGECM. A discente afirma com orgulho sua participação na 2ª geração do grupo, “como o próprio nome, de origem indígena, já expressa: Ruaké é estar próximo”. Clarissa desenvolve sua dissertação sobre Transtorno Espectro do Autista em aulas de matemática, mas considera de muita importância o diálogo que é promovido entre todas as pesquisas concluídas e em desenvolvimento. “Há o trabalho da Ieda Nascimento, que foi a primeira pessoa a trabalhar com esta proposta. Eu sou a segunda, e temos a Bethânia que ingressou no doutorado e também trabalha nesta perspectiva. A diversidade está se expandindo cada vez mais, e isso é lindo!”. A agenda de trabalhos foi bastante produtiva e renovou o compromisso do grupo de continuar e expandir as pesquisas em Educação em Ciências e Educação Matemática sob a perspectiva da diferença. Vida longa ao Ruaké!